É impressionante como um mal entendido pode gerar tanto desencontro. O estilista Ronaldo Fraga, conhecido pela sua sensibilidade e criatividade, colocou na passarela, na Semana da Moda de São Paulo, há poucos dias, modelos usando perucas feitas com palha de aço. A coleção do estilista foi inspirada no futebol de várzea e na cultura negra, por isso, ele usou as tais perucas. Eram uma homenagem. Não se sabe bem como, começaram a acusa-lo de racismo. Horrorizado, Ronaldo se manifestou, dizendo que não entenderam a proposta dele. “Quando acordei e vem essa acusação de racismo, eu pensei: gente, o que aconteceu, que mundo é esse?” Ele cansou de dizer que não era nada disso. Não adiantou.
Nesta segunda-feira, modelos desfilaram na Avenida Paulista, em São Paulo, usando modelos feitos de palha de aço – um protesto contra o estilista. Na cabeça, usaram pedaços de panos coloridos. O evento foi organizado por uma agência de modelos negras. As perucas idealizadas por Fraga em parceria com o maquiador Marcos Costa se tornaram alvo de um debate sobre racismo, que ganhou dimensão nas redes sociais. Alguém de bom senso precisa intervir nesta história para por um ponto final a equívoco tão lamentável.