Sair do país e morar no exterior é deixar para trás algumas coisas, mas a culinária e os temperos da terra natal não estão nesse balaio. Quando indústrias brasileiras de alimentos e bebidas exportam, além de abrir novas oportunidades de negócios, elas ajudam brasileiros espalhados pelo mundo a matar a saudade de sabores do nosso país. Segundo o Ministério de Relações Exteriores, 4,4 milhões de brasileiros vivem no exterior, principalmente nos Estados Unidos e na Europa.
Entre os dias 20 e 23 de julho, cinco compradores internacionais desembarcaram em Ilhéus (BA) para conhecer alimentos e bebidas de pequenos empresários industriais com o objetivo de levar itens para compor o que eles chamam de “mercado da saudade” no exterior. A articulação das rodadas de negócios entre brasileiros e gringos é da Rede de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN), coordenada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A Rede CIN apoia a internacionalização de empresas há 25 anos.
Luso-alemão, filho de pais portugueses que moram na Alemanha, Rafael Lopes dos Reis veio representar a Made In Market. A empresa abastece mercados em mais de 40 países europeus com produtos portugueses, brasileiros, alemães, espanhóis, italianos e, em breve, africanos.
Baseado em Portugal, Reis continua e aprimora o trabalho do pai, criador de uma mercearia em Munique em 1998 que, além dos produtos, também oferece pratos típicos por dia. Sábado é o dia da famosa feijoada brasileira.
Nas Rodadas de Negócios Origem Brasil, o sucessor destacou que o contato com o próprio dono do negócio é melhor para os dois lados.
“É muito diferente e mais enriquecedor dialogar diretamente com o produtor. A partir disso que nós vemos até que ponto vai a nossa parceria e quanto vamos investir no produto. Se vamos apenas comprar e revender ou se, por exemplo, vamos auxiliar do lado de lá com conhecimento do comércio local, além da representar a marca lá fora”, conta o comprador de 24 anos.
Formado em relações internacionais, um dos próximos passos dele é intensificar ainda mais a venda dos produtos pela internet. “Estou aproveitando que tenho esse conhecimento para promover o meu negócio e da minha família. Vemos outras empresas perderem oportunidades por não se atentarem a esses pontos e por não acompanharem as mudanças do mercado”, reforça Rafael, se referindo a transformação digital e ao e-commerce.