Ziraldo Alves Pinto, um dos pilares da literatura infantil brasileira e criador de personagens icônicos como o Menino Maluquinho, nos deixou na tarde do dia 6 de abril de 2024. Nascido em Caratinga, no dia 24 de outubro de 1932, Ziraldo foi um virtuoso multifacetado, deixando sua marca como cartunista, pintor, escritor, dramaturgo, entre outras artes. Faleceu pacificamente enquanto dormia em sua residência, na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, aos 91 anos.
Desde cedo, Ziraldo mostrou-se um prodígio. Publicou seu primeiro desenho no jornal Folha de Minas com apenas 6 anos e começou a falar entre 3 e 4 anos de idade. A infância em Caratinga foi seguida por estudos no Rio de Janeiro e em sua cidade natal, concluindo sua formação em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais em 1957. Contudo, foi no universo das artes e do humor que verdadeiramente encontrou sua vocação.
Ziraldo alcançou renome nacional trabalhando na Folha da Manhã, O Cruzeiro e Jornal do Brasil, cativando leitores com personagens memoráveis e uma criatividade sem limites. Lançou em 1960 a “Turma do Pererê”, a primeira revista em quadrinhos brasileira produzida inteiramente por um autor, marcando a história da imprensa nacional.
Sua obra mais celebrada, “O Menino Maluquinho”, publicada em 1980, transcendeu as páginas dos livros, ganhando adaptações para a televisão e cinema, e tornou-se um querido patrimônio cultural brasileiro. Ziraldo também contribuiu significativamente para a resistência cultural durante o regime militar, co-fundando e dirigindo o periódico “O Pasquim”.
Além de suas contribuições para a literatura e as artes, Ziraldo foi uma voz ativa em questões políticas e sociais, posicionando-se sempre ao lado da liberdade e da justiça social. Recebeu inúmeros prêmios ao longo de sua carreira, incluindo o “Nobel” Internacional de Humor e o Prêmio Jabuti de Literatura Infantil.
Ziraldo deixa um legado imensurável para a cultura brasileira, não apenas pelas obras que criou, mas pela inspiração que foi para várias gerações. Sua partida marca o fim de uma era de ouro na literatura infantil e no cartunismo no Brasil. Ele é sobrevivido por sua filha, a cineasta Daniela Thomas, e seu filho, o compositor Antonio Pinto, além de uma nação de leitores que cresceram sob a influência de sua genialidade e humanidade.
O Brasil perde mais do que um artista; perde um verdadeiro amigo da infância de milhões, cujas histórias, personagens e lições continuarão a encantar e educar por muitas gerações. Ziraldo, o eterno menino maluquinho de Caratinga, deixa um vazio que será difícil de preencher.
Informações do MundoRH