O governo brasileiro planeja fechar uma grande compra de medicamentos de Cuba. Já existem acordos preliminares assinados entre os dois países. A intenção agora é incrementar a importação de remédios genéricos e vacinas, diminuindo a dependência de laboratórios brasileiros, americanos e europeus.
As conversas estão avançadas.
O Ministério da Saúde enxerga vantagem financeira na importação desses medicamentos. Cuba tem produtos de qualidade e com preço competitivo no mercado internacional. Exemplos: remédios para tratar câncer e diabetes.
Em resumo, num grande acerto com Havana, seria possível baratear o preço dos medicamentos para atender rapidamente as áreas mais pobres do Brasil, numa dobradinha com o “Mais Médicos”.
Apesar da ditadura de partido único que torna uma abertura política algo distante no horizonte enquanto houver a tutela dos irmãos Castro, tem acontecido gradualmente uma abertura econômica na ilha caribenha. Há oportunidades lá para o capitalismo brasileiro.
O Brasil tem boa relação com Cuba desde o governo FHC. Com o PT, há uma afinidade política ainda maior. Não é errado adotar uma visão pragmática e vitaminar um acordo bilateral na área de medicamentos. Ou até mesmo estender o acordo ao Mercosul.
Os Estados Unidos e a Europa são objetivos quando defendem seus interesses econômicos. Num mundo cada vez mais competitivo, seria um enorme erro o Brasil não aproveitar sua relação privilegiada com Cuba, seja para o “Mais Médicos”, seja para um “mais medicamentos” caribenho, seja para empreendimentos de outra natureza na ilha.
Cuba pode ser uma plataforma exportadora importante para empresas brasileiras. Próxima do imenso mercado americano e com mão-de-obra barata e altamente qualificada, não será um ditadura para sempre.
FONTE – Blog do jornalista Kennedy Alencar