No mesmo dia em que os Estados Unidos retiraram a autorização de emergência de tratamento com a cloroquina e hidroxicloroquina contra a covid-19, o Ministério da Saúde estendeu a recomendação de uso da droga para gestantes e crianças.
A orientação para estes grupos, a partir desta segunda-feira, 15, é para prescrição destes medicamentos, associados ao antibiótico azitromicina, mesmo para casos leves. Não há evidência científica sobre eficácia da cloroquina contra a covid-19. O presidente Jair Bolsonaro é defensor deste tratamento e dois ministros da Saúde já deixaram o governo por, entre outros motivos, se opor ao uso amplo da droga.
O ministério deve atualizar nota informativa divulgada em 20 de maio sobre a cloroquina. O documento não é um protocolo, ou seja, não dita regras no SUS nem passa a autorizar procedimentos antes proibidos, mas tem forte poder político. Um dos pilares para elaborar o protocolo é a comprovação científica da eficácia da droga – o que não existe.
Mesmo antes do posicionamento do ministério, médicos já vinham receitando a cloroquina nas redes privada e pública de forma “off label”, fora das recomendações da bula. Para dar respaldo a esta situação, mas sem seguir recomendações científicas, o Conselho Federal de Medicina (CFM) decidiu, no fim de abril, livrar de infração ética o profissional que prescrever a cloroquina contra a covid-19.
Informações – Correio Brazieliense